O governador Tarcísio ofereceu 33 escolas de SP para a iniciativa privada através do leilão de Parceria Público-Privada (PPP). A empresa vencedora do primeiro lote é sócia da Consolare, que administra sete cemitérios da capital, incluindo o cemitério da Consolação e do Tremembé, e que enfrenta diversas reclamações pela má gestão, falta de manutenção da estrutura e baixa qualidade dos serviços.
Tarcísio mente ao dizer que está privatizando apenas a parte “burocrática” de serviços não pedagógicos, porque estão incluídos no pacote de serviços de deveres da empresa vencedora os kits escolares, o apoio escolar para estudantes com necessidades especiais, a alimentação escolar e outros pontos que passam por discussões que envolvem o currículo pedagógico e portanto a gestão pedagógica escolar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) dispõe que a administração escolar e a questão pedagógica são indissociáveis e que mover o investimento público para o setor privado pode configurar improbidade administrativa, uma vez que transfere a responsabilidade do acesso à educação do Poder Público para o setor privado. Não podemos permitir que vendam a administração das nossas escolas.
Nós sabemos que privatização não funciona! Em todo o Brasil vemos a vulnerabilidade da população quando um bem público privatizado sofre sucateamento. Há menos de um mês presenciamos um curto circuito com fogo que atingiu um trem da ViaMobilidade e apagões intermináveis em diversos bairros gerenciados pela Enel. Dessa mesma forma ocorreu em Minas Gerais com a Vale do Rio Doce e no Rio de Janeiro com a privatização do saneamento básico.
Privatizar gestão é a porta de entrada para privatizar a educação!